2006-09-30

8º Encontro THEATRON_"Lisístrata" - Blá, Blá, Blá

Começou ontem, 29 de Setembro, o nosso 8º Encontro com a peça "Lisístrata" - Blá, Blá, Blá pelo Teatro Jovem de Campo Maior.

Para acabar com a Guerra do Peloponeso, Lisístrata reúne, em Atenas, um plenário de mulheres que decidem fazer greve de sexo e ocupar a Acrópole, onde estava depositado o tesouro ateniense que sustentava o conflito. Um grupo de velhos tenta expulsar da Acrópole as mulheres em luta, enquanto que um comandante militar ensaia, em vão, a prisão de Lisístrata, protegida pelas restantes mulheres.
Do diálogo entre o comandante e Lisístrata ressaltam as razões femininas em nome das quais se diz que as mulheres são melhores que os homens para resolver conflitos contra o argumento masculino que afirma que o lugar das mulheres é dentro de casa.
Lisístrata confessa, as mais velhas, os difíceis esforços que tem de fazer para impedir que as mulheres entrincheiradas na acrópole escapem e confraternizem com o "inimigo". Num jogo permanente de sedução, de avanços e de recuos, a trama desfaz-se na vitória das mulheres, materializada num acordo de paz entre Atenas e Esparta. Lisístrata, mulher de Atenas, tinha também mobilizado para a greve de sexo as mulheres de Esparta...
Tudo isto num texto criado por um homem, Aristófanes, 400 anos antes de Cristo

Hoje, 30 de Setembro, a nosa "Boda" pelas 21:30h no Salão dos Bombeiros Voluntário de Montemor-o-Novo.

2006-09-29

Sorteio Feira da Luz 2006


O THEATRON, como sempre, esteve presente na "Feira da Luz 2006" em Montemor-o-Novo e, para dinamizar o stand, lançou o desafio aos seus visitantes para que escrevessem uma frase sugestiva sobre teatro em que as três melhores ganhariam um convite duplo para todos os espectáculos do 8º Encontro.
A participação excedeu as expectativas, o que dificultou, ainda mais, a escolha dos três vencedores. E as frases vencedoras foram…

“ Te Amo! Te Adoro! Te Atro!”
Filipe Rodrigues

“ Teatro, sorriso entre lágrimas”
Elisabete Filipe

“ Era impossível relembrar-mo-nos da vida se não houvesse o teatro como memória… memórias do teatro da vida
Nélia Estróia

Aos vencedores os nossos parabéns e… divirtam-se com as peças do Encontro.

2006-09-28

Arronches recebe a "Boda"


A "Boda" está em Arronches a 1 de Outubro, no Centro Cultural pelas 16.00h.

Oportunamente serão divulgados outros destinos da "Boda" e das "Mulheres de A a Z". Esta nova peça estreia a 7 de Outubro no Rádio Cine (Montemor-o-Novo), integrada no 8º Encontro THEATRON.

2006-09-27

Excertos da casa de Bernarda Alba (Peça de 2004)

Excertos da Casa de Bernarda Alba,
de Federico García Lorca



Podemos escapar do que nos constrange? O poder é mais forte que o desejo?
As ambivalências e as descontinuidades habitam A Casa de Bernarda Alba, peça maior do poeta e dramaturgo Garcia Lorca, assassinado durante a Guerra Civil Espanhola.
Como palco de todas as formas de opressão, A Casa exibe as filhas de Bernarda Alba submetidas ao regime ditatorial que é continuamente reproduzido nas relações interpessoais. O realismo do quotidiano desse drama de mulheres em vilarejos da Espanha conjuga-se com o surrealismo vindo dos absurdos que se revelam na constância da mão forte de Bernarda. A pressão pela continuidade de um mundo servil vê-se todo o tempo em crise diante das novas experiências e da inalienável presença do corpo.
A tragédia, pois, impera diante da imanência da certeza da ruína.
Para que a casa exista e perdure são preciosos os escombros, o trabalho da memória nos incidentes que se tornam irreversíveis. Sob um céu de chumbo e dentro de um verão interminável, as filhas de Bernarda iniciam-se na ciência da vera e fera existência.



“Uma tragédia severa e simples.”
Assim define Federico García Lorca a que das suas mais emblemáticas obras “A casa de Bernarda Alba”. Uma tragédia de mulheres acorrentadas a preconceitos e mitos que um convencionalismo social, tão cruel como vazio de valores, defende ferozmente – mesmo à custa do esmagamento da pessoa.
Ao longo da peça são vários os sentimentos que se cruzam num constante confronto entre a autoridade e a liberdade, num desesperado conflito entre a realidade e o desejo. Esta é uma peça onde se percebe o sopro fatalista que o poeta, um dos maiores nomes da literatura castelhana do séc. XX, foi buscar à Andaluzia da sua infância.

Anabela Ferreira,
encenadora



"Aparecem como árvores eternas na paisagem sufocante do Alentejo…"
Esta frase resume, para mim enquanto encenadora, como foi este processo de trabalho, longo e sujeito às intempéries da vida.
Um pouco intenso, quente, fervoroso, cheio de pequenas cumplicidades e arrufos que foram sendo trabalhados durante estes dois últimos meses até se conseguir apresentar ao público este drama típico das sociedades matriarcas, cridas sob o machismo da época.
Foi um desafio à persistência de qualquer um, no fim, ganhou a vontade de fazer teatro.
E, agora aqui, que ninguém nos ouve…estou contente, porque acima de tudo achei pessoas que não tiveram medo de apostar e acreditar em mim e se deram de corpo e alma a este trabalho.
Obrigada a estas 8 mulheres pelo resultado a que chegámos para vos apresentar.

Rosa Souto Armas,
(La Poncia)





A Peça



























Ficha Técnica



2006-09-26

Incidentes (Peça de 2000)

Incidentes,
de Maria João Miguel





Fragmentos (Peça de 2000)

Fragmentos,
Adaptação do texto Dissident de Michel Vinaver


Helena e Filipe, seu filho, vivem juntos num modesto apartamento. Ambos apresentam uma agressividade corrente e quotidiana, tal como muitas famílias em dificuldade. Os problemas crescem no seio desta duas personagens banais.
Este projecto teatral surge no âmbito de um confronto experimental entre o texto e prática cénica. Desde cedo assumimos o desafio de uma adaptação livre do texto de Vinaver, porque o nosso objectivo não são as palavras, mas sim as impaciências, as irritações, as resignações, as respirações, os silêncios e as fugas das personagens co-habitantes no universo social contemporâneo, que está num ponto em que a comunicação escasseia.

Carlos Marques



A Peça







Sobre o processo e os objectivos,

Considerar a encenação como um mero prolongamento do texto do autor é fazer da representação algo inessencial (…) o texto ficará à mercê do talento de quem com ele estabelece um contacto, não é de ilustração cénica, mas de verdadeira recriação.”

José Oliveira Barata

“No teatro, a palavra vive de uma dupla glória (…) é escrita, como a palavra de Homero, mas ao mesmo tempo é proferida como palavras que trocam entre si dois homens no trabalho, ou um bando de rapazes, ou as raparigas no lavadouro, ou as mulheres no mercado – em suma, como as pobres palavras que se dizem todos os dias, e se esfumam com a vida (…)”.

“O Homem só se apercebeu da realidade quando representou.”

Pier Paolo Pasolini



Ficha Técnica

Gestus (Peça de 1998)


GESTO, s. m. (lat. Gestu) - Movimento do corpo, especialmente dos braços e das mãos, para exprimir ideias (…)

In LELLO UNIVERSAL, Lello & Irmãos Editores, Porto, 1976, vol. 1 pág. 1123


“O Homem é o corpo, intelecto, espírito e tudo isso deve evoluir paralelamente para uma vida bem sucedida e equilibrada”

Montapert



No natural processo de crescimento todos nós aprendemos a falar e a exprimirmo-nos através de uma reunião de sons correspondentes a uma ou mais ideias, aquilo a que chamamos palavras. Sem nos apercebermos, quando temos dificuldade em utilizar a expressão oral é o corpo que “fala por nós”.

Foi com base nisto, que propus a este grupo a montagem de um espectáculo não só exclusivamente de expressão corporal, também de expressão oral – embora mais reduzida.

Este espectáculo não é mais que uma exploração de movimentos do corpo que possam substituir as palavras do quotidiano – o encontro com uma expressão corporal que por vezes pensamos não possuir.

Como seria viver num mundo em que só se pudesse comunicar através de movimentos corporais, em que as linguagens gestual e oral fossem totalmente desconhecidas?

Seleccionamos músicas e ideias. Construímos vários quadros, em que tentámos expor/desenvolver alguma ideia com o auxílio da música.

Hugo Sovelas


1ª Parte

Gestus Amargus
1919, Ryuichi Sakamoto

Gestus Habituais
A Máquina de Escrever, Leroy Anderson


Gestus Instrumentais
Peer Gynt op. 23, Edvard Grieg

Gestus Educativos
O vôo do moscardo, Nicolai Rimsky-Korsakov

Gestus Científicos
Torvador, Giuseppe Verdi

Gestus Nostálgicos
The heart asks pleasure first e Here to there, Michael Nyman

Gestus Dependentes
O avô cavernoso, José Afonso (Versão Mão Morta)


2ª Parte

Gestus Conflituosos
Ballinasloe, The best of Irish Folk

Gestus Doces
On my way home, Enya

Gestus Resistentes
(Em homenagem a Timor)
The Fall into eclipse, Therion

Gestus Reais
Up to netaach/Floating back, Therion


A Peça



Ficha Técnica

Direcção de Actores
Hugo Sovelas

Direcção de Adereços
Sofia Sampaio

Produção
Helena Martins
THEATRON

Luminotécnica
Carlos Olivença

Sonoplastia
Paulo Alface

Elenco
Grupo de Teatro THEATRON

Vedetas (Peça de 1998)

As Vedetas,
de Lucien Lambert

Em “As Vedetas”, Lucien Lambert retrata as dificuldades de duas artistas do Teatro (ou do Cinema, ou da Televisão, ou da Publicidade) em arranjar trabalho, os seus sonhos de vedetismos, a dificuldade de destrinçarem o desejo da realidade, até ao instinto de competição num “sistema”em que o estar à beira do telefone no momento certo, ter a cor do cabelo aconselhável, ou saber ceder às “insinuações” do encenador ou do realizador, são fundamentais para a mais elementar subsistência, da vida como do mito.

“There’s no Business Like Show Business”, é o mote desta peça em que o lado de lá da magia e do encanto do espectáculo é nos mostrado no seu estado mais cru.

Duas mulheres representam duas actrizes. Elas têm quase a mesma idade, são as melhores amigas mundo. Uma é loura, outra é morena. Fizeram um pouco de Teatro, um pouco de Televisão, um pouco de Cinema, um pouco de tudo… mas não muito de nada. Em comum a profissão, o amante e necessidade de uma papel que as transforme em vedetas. E, à espera… elas aceitam fazer quase tudo.

Ambas são autênticas, falsas, patéticas, cúmplices e rivais. São mulheres e actrizes, e será que “ser mulher e actriz, será ser mulher duas vezes?”

Simone e Sylvie fazem aquilo que o mercado oferece, como e quando oferece ou “quando vão para a cama com a pessoa certa”. Com atitudes distintas e formas de pensar contrárias: Simone acha que “representar não é coisa que se aprenda”, é apenas uma questão de talento; Sylvie aposta nas aulas de dicção e de projecção e na declamação de Racine e Voltaire, e em “sorrisos carnívoros” dirigidos ao realizador, ao produtor ou mesmo ao argumentista; Simone está farta dos que não procuram uma boa actriz optando por uma boa atrás.

Assim, “As Vedetas” é uma obra acerca de duas mulheres e atrizes que, estão permanentemente, em conflito social e artístico, ora destrutivo, uma com a outra. Conflito, este, que no final se transforma em solidariedade.


Hugo Sovelas
Encenador

Primeira representação em 1998










Segunda representação em 2001








Ficha Técnica

2006-09-25

8º Encontro THEATRON


O THEATRON vai realizar entre os dias 29 de Setembro e 08 de Outubro o seu 8º Encontro de Teatro.


Dia 29 de Setembro
"Lisistrata" - Blá, Blá, Blá
Teatro Jovem de Campo Maior
Local: Cine-teatro Curvo Semedo
21:30h


Dia 30 de Setembro
"Boda"
THEATRON - Associação Cultural
Local: Salão do Bombeiros Voluntários
21:30h


Dia 04 de Outubro
Tertúlia
Local: Sociedade Pedrista
21:30h


Dia 05 de Outubro
"Noites de Lua Cheia"
Companhia de Teatro do Barreiro - ArteViva
Local: Cine-teatro Curvo Semedo
21:30h


Dia 07 de Outubro
"Mulheres de A a Z"
THEATRON - Associação Cultural
Local: Rádio Cine
21:30h


Dia 08 de Outubro
"Mulheres de A a Z"
THEATRON - Associação Cultural
Local: Rádio Cine
21:30h



Para Reservas de bilhetes ou outras informações: 967401257

Esperamos por si em Montemor-o-Novo.