2006-06-27

António Gedeão


Poeta, professor e historiador da ciência portuguesa.

António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, concluiu, no Porto, o curso de Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a actividade de docente. Teve um papel importante na divulgação de temas científicos, colaborando em revistas da especialidade e organizando obras no campo da história das ciências e das instituições, como A Actividade Pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos Séculos XVIII e XIX. Publicou ainda outros estudos, como História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1959), O Sentido Científico em Bocage (1965) e Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII (1979).

Revelou-se como poeta apenas em 1956, com a obra Movimento Perpétuo. A esta viriam juntar-se outras obras, como Teatro do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967) e ainda Poemas Póstumos (1983) e Novos Poemas Póstumos (1990). Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção. Em 1963 publicou a peça de teatro RTX 78/24 (1963) e dez anos depois a sua primeira obra de ficção, A Poltrona e Outras Novelas (1973).

Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma homenagem nacional, tendo sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago de Espada.

Homem Só


Peça estreada em 2005

"Homem Só" a partir de ‘RTX 78/24’,
de António Gedeão

“Homem Só” pode ser considerada como uma viagem ao íntimo de Rómulo de Carvalho transfigurado para Gedeão. Na peça original “RTX 78/24”, escrita em 1963 são facilmente identificáveis os seus poemas transformados em escrita teatral. A adaptação feita pelo “Theatron” põe a nú todos os conflitos internos do protagonista António (considerado como sendo Gedeão) deixando para segundo plano o contexto histórico. Num ambiente de brancura foi explorado um espaço intemporal onde tudo é cíclico, sonho e (in)consciente. As personagens ganham cor levando António a confrontar-se com a sua visão da sociedade, uma visão, ora ambígua, ora controversa, ora polémica. Revelações íntimas, demasiado dolorosas e confusas para a sensibilidade de António que defende as relações humanas como princípio e causa de tudo o que nos rodeia. Numa sociedade de materialismo individualista onde parece já não haver lugar para os idealistas, “Homem Só” relembra-nos as palavras do poeta Gedeão e remete-nos para uma reflexão sobre o mundo em que vivemos.


A Peça













O Cenário




Ficha Técnica


Encenação e dramaturgia – Hugo Sovelas
Assistência de encenação – Teresa Macedo
Produção executiva – Todinha Santos
Equipa de cenografia, figurinos e adereços – THEATRON
Execução de cenografia – Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
Execução de figurinos – DONATA
Luminotécnia – Cristina Santos
Contra-regra – Alexandra Cacilhas e Isabel Contreiras


Interpretação

António – João Rosado
Vitória – Rosa Souto Armas
Glórinha – Graça Pires
Georgina – Hermínia Santos
Rui – António Coelho
Minda – Graça Cabral
Judite – Susana Cigarro
Trapeiro – Joaquim Gervásio
Trapeira 1 – Zara Sampaio
Trapeira 2 – Sofia Sampaio
Tia Serafina – Maria João Crespo
Tia Angélica – Carla Rodrigues
Bernardo – Bernardino Samina
Mendonça – João Macedo
Sr.ª Directora – Bia Estróia
Sr.ª Doutora – Fátima Pasadas

2006-06-21

Conhecer Berthold Brecht,

Nascido Eugen Berthold Friedrich Brecht em Augsburg (Baviera) a 10 de Fevereiro de 1898 e faleceu em Berlim a 14 de Agosto de 1956.
Influente dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX.
Reflectem-se, nas suas obras, os problemas fundamentais do mundo actual: a luta pela emancipação social da humanidade. Brecht tem plena consciência do que pretende fazer. Usa o materialismo dialéctico da maneira mais sábia para a revolução estética que se dispôs a promover na poesia e no teatro.O teatro épico e didáctico caracteriza-se, em Brecht, pelo cunho narrativo e descritivo cujo tema é apresentar os acontecimentos sociais em seu processo dialéctico: Diverte e faz pensar. Não se limita a explicar o mundo, pois dispõe-se a modificá-lo. Brecht, que passou pelo expressionismo, não ancorou o seu barco em nenhum dos portos das escolas literárias. Apesar de ligado ao Partido Comunista, não se subordinou ao realismo socialista. Ao contrário, opôs-se a ele com ardente tenacidade. Daí a repulsa das autoridades soviéticas pelas suas peças teatrais que foram proibidas na Rússia de Stalin. Muito embora Brecht não se tivesse pronunciado abertamente contra os processos de Moscovo, em virtude da pressão que sofreu, no ocidente, sob o pretexto de que o combate a Stalin significava o fortalecimento de Hitler e do nazismo, foi com profundo horror que ele acompanhou os trágicos acontecimentos que levaram os principais dirigentes da revolução russa, companheiros de Lenine, a confessar, antes serem fuzilados, uma série de crimes hediondos que jamais cometeram. Foram estas falsas confissões, segundo Isaac Deutscher, que levaram Brecht a escrever Galileu Galilei, talvez a mais importante das suas obras dramáticas. A incompatibilidade de Brecht com o regime stalinista era tão aguda que, ao exilar-se da Alemanha de Hitler, preferiu asilar-se nos Estados Unidos, onde se sentiu mais seguro. Em 1933, quando Adolfo Hitler, à frente do Terceiro Reich, estabeleceu o nazismo na Alemanha, inaugurando uma nova ordem que, segundo ele, deveria durar dez mil anos, Bertolt Brecht, com trinta e cinco anos de idade, abandonou o país, asilando-se em várias cidades da Europa. As suas obras, em Berlim, foram queimadas em praça pública com tantas outras dos mais famosos escritores da época. No dia em que a Alemanha invadiu a Dinamarca, Brecht, que se encontrava nesse país, fugiu para a Finlândia. Dali partiu para Vladivostok, onde embarcou para os Estados Unidos. No exílio, que durou até o fim da Segunda Guerra Mundial, publicou vários poemas que contribuem para a sua glória literária. Brecht não se cansou de fustigar violentamente a figura de Hitler, mostrando os crimes do nazismo. De volta à Alemanha, depois do desmoronamento deste regime, continuou a lutar, como marxista, pela causa operária.
Ao morrer, em 1956, o mundo inteiro reconhecia a grandeza de sua obra.
Texto retirado de Editorial Bizâncio.

2006-06-20

Boda, uma peça de Brecht


Estreia em 2006

"Boda" a partir da "Boda dos Pequenos Burgueses"

de Brecht, Berthold

Adaptação da peça "A boda dos pequenos burgueses". Um casamento marcado pelo conflito. De um lado amigos; do outro familiares. A troca de ironias e acusações ganham formas e expressões. Peça em que Brecht retrata a decadência do pensamento burguês.


Encenação
Hugo Sovelas

Assistente de Encenação
Sofia Sampaio

Produção
Todinha Santos

Cenografia
Herminia Santos
Graça Pires
Sofia Sampaio
Teresa Macedo

Luz e Som
Joaquim Gervásio

Adaptação
Maria João Crespo

Elenco
Noiva, Graça Pires
Noivo, António Coelho
Mãe do Noivo, Bia Estróia
Pai da Noiva, João Macedo
Irmã da Noiva, Carla Rodrigues
Amigo do Noivo, António Danado
Senhora amiga da Noiva, Zara Sampaio
Marido da Senhora, Bernardino Samina
Rapaz, Helder Pais

2006-06-13

Ensaio aberto

Amanhã dia 14 de Junho, todos os sócios que queiram assistir ao ensaio aberto da nova peça de teatro, podem fazê-lo na Sociedade Carlista pelas 22h00.