2006-12-04

Assembleia Geral e Jantar de Natal

Realizar-se-á em 16 de Dezembro de 2006, pelas 17h, a Assembleia Geral de Sócios da THEATRON - Associação Cultural, com a seguinte ordem de trabalhos:
Ponto 1 - Apresentação do Plano de Actividades e Orçamento para 2007
Ponto 2 - Situação de Sócios com mais de 24 meses de quotas em atraso
Ponto 3 - Outros Assuntos
Se à hora marcada não se verificar o número necessário de presenças, a Assembleia geral reunirá com o número de presentes, meia hora depois.

O Natal está a chegar e, como já vem sendo habitual, a THEATRON irá organizar um jantar no dia 16 de Dezembro, pelas 20h30m. Os sócios que, queiram estar presentes podem entrar em contacto através do tm. 967401257 ou para o e-mail actheatron@gmail.com.

Esperamos pela vossa participação.

Mulheres na Amadora


O THEATRON foi convidado para integrar o cartaz do Amadora em Cena com uma das suas peças. Aceite o convite, caberá às Mulheres de A a Z estar em palco no Recreios da Amadora no dia 2 de Dezembro pelas 22h00.

Decorre de 23 Novembro e 10 de Dezembro a 4ª edição do «Amadora em Cena - Mostra de Teatro da Amadora», no Auditório de Alfornelos e Recreios da Amadora.

Com organização do Teatro Passagem de Nível, esta 4ª Edição encerrará as Comemorações dos 25 Anos de Actividade deste grupo de Teatro.

2006-11-13

Oficinas Artisticas THEATRON


A Theatron, como Associação Cultural, não tem só como actividade o Teatro, a Oficina de Artes Plásticas sensibiliza para outra vertente artística, dá aos seus formandos o conhecimento das técnicas e a aprendizagem nas formas de expressão.

Oficina, dirigida pela Professora Sofia Sampaio, está aberta a quem se quiser inscrever e a todas as idades, funciona na sede da Associação aos sábados de manhã das 11h às 13h, durante a semana horários a combinar.

As inscrições ou mais informações podem ser solicitadas para o tm:967401257 ou para e-mail


Sentes-te atraído(a) pelas Artes Plásticas ou queres aprofundar os teus conhecimentos, aqui tens uma oportunidade.


As aulas...













Os trabalhos em acrílico...




... e em aguarela...


2006-10-31

Hugo Sovelas no Teatro da Trindade

Ainda que em cidades do interior, como Montemor, os tradicionais bailes estejam a perder cada vez mais adeptos, em Lisboa, pelo contrário, a realização dessas tardes dançantes espalham-se pela capital como cogumelos, nos amplos salões das sociedades recreativas dos bairros tradicionais, passando até pelo enorme espaço do Mercado da Ribeira. Novos e menos novos, tentando fugir à solidão que o destino lhes reservou, vestem a sua melhor roupa e aproveitam a tarde de Domingo para dançar, conversar, namorar, engatar e, quem sabe, prolongar pela noite o que fora, apenas, um encontro ao acaso.

Salão de Baile, S.A.R.L., uma peça em cena no teatro da Trindade, em Lisboa, escrita com base num exaustivo trabalho de campo, levado a cabo pelo encenador e pelos actores, procura retratar as grandezas e misérias dos que querem fazer dos seus Domingos à tarde os momentos mais fortes da sua existência.

Estão lá todos: a mulher de meia-idade, solteirona, experiente, solidária com os que para ali vão carpir as mágoas; o professor de História de Arte, tímido, romântico, que acredita nas pessoas e que, por isso mesmo, se dá mal; a menina bonita, abandonada pelo marido, que por ali está à procura do amor; o pintas, engatatão, reformado das Forças Armadas, mentiroso e quezilento; o responsável pelas tardes dançantes, sempre preocupado com as quotas em atraso (e que não é o porreiraço que parece); a cantora Vanessa, uma mulher vibrante em palco mas frágil como qualquer outra, e, the last but not the least, o seu sóbrio acompanhante, organista/vocalista Raul que, com ela, abrilhanta as tardes de Domingo na colectividade.

Estão todos lá. O público também entra na história. E dança, e manifesta-se, e vive os dramas e as euforias daquela galeria de personagens que tem, afinal, um bocadinho de todos nós.

O Salão de Baile, S.A.R.L. vai estar no Teatro da Trindade, em Lisboa, de 19 de Outubro a 5 de Novembro (4ª a Sáb. às 21.30 e Domingo às 16 horas).


Encenação
Hugo Sovelas

Actores
Anabela Mira, Hugo Caroça, José Mateus, Maria João Miguel, Rui Sérgio, Sónia Neves e Hugo Sovelas.

João Luis Nabo

Outros textos

Uma bebedeira de Teatro

Teatro de A a Z

As imagens





2006-10-26

"Boda" em S.Cristovão

S.Cristovão, freguesia do concelho de Montemor-o-Novo, vai receber a Boda no próximo sábado, dia 28 de Outubro, pelas 21:30h.

Poderá ser o seu passeio de sábado. Conhecer S.Cristovão, saborear ao jantar o famoso coelho à S.Cristovão e ir ao teatro.


A freguesia de S. Cristovão, situada junto à margem direita da ribeira do mesmo nome, afluente da ribeira de Alcáçovas, dista da sua sede de concelho 19,2 km. Abrange uma área de 149,14 km2 e a sua população, rondando os cerca 1 100 habitantes, distribui-se pelos seguintes lugares: Baldios, Torre da Gadanha, Foros de Amendonça, Foros da Tojeira e Foros do Pinheiro. No termo de Montemor-o-Novo, S. Cristovão foi curato da apresentação do arcebispado de Évora. Em 1839 apareceu na comarca de Estremoz, em 1852, na de Arraiolos e, no ano seguinte, na de Montemor-o-Novo. A antiguidade do seu povoamento é remota e ascende, pelo menos, ao período da colonização romana, do qual, uma curiosa ponte romana testemunha a crescente necessidade de circulação de pessoas e mercadorias. S. Cristovão, protector das trovoadas e padroeiro dos viajantes que, segundo a lenda, teria transportado um menino que seria Jesus, dá o nome à freguesia que o celebra, em grande festividade, na data de 25 de Julho. Representado através de uma robusta escultura de madeira, talvez quinhentista, que sobreleva sobre o ombro esquerdo o Deus Menino, mostra-se o Santo, na igreja paroquial da freguesia. A data de fundação desta última, muito embora seja desconhecida, deve remontar aos primórdios do século XVI, conforme o comprova um exame de arquitectura feito à sua ábside. Envolvida por terras das courelas que, em 1758 pertenciam ao lavrador-fidalgo Martim Pessanha de Vasconcelos, apresenta uma frontaria voltada ao poente e acusa reformas do período seiscentista. O corpo da sua nave é alongado e protegido de gigantes rematados por pináculos piramidais. O seu alpendre de três arcos, redondos e abatidos, constitui-se, na sua simplicidade, como um característico exemplar das obras rústicas da região. No interior do templo, como uma verdadeira relíquia da arquitectura gótica da primeira metade de quinhentos, pode ser apreciada a capela-mor. Pinturas murais, seiscentistas, visíveis a subjacentes camadas de cal, merecem a nossa referência. Na sacristia actual, reformada no ano de 1704, guardam-se duas importantes pinturas: A Santíssima Trindade, da escola maneirista do ciclo eborense; e S. Miguel e As Almas do Purgatório, atribuída a Jerónimo Corte Real. Embora baptizados pelo povo de cruzeiros, existem na freguesia, três pequenos nichos oratórios, feitos de alvenaria, com empenas triangulares, destinados a estações da Via Sacra das procissões do Senhor Jesus dos Passos e, mais tarde, para repouso de cortejos fúnebres. Os mais antigos, foram implantados, um, na azinhaga do cemitério, outro, na Rua Dr. José Mouzinho. Levantou-se ainda o último, em casa do Largo Dr. Oliveira Salazar, o qual foi totalmente reformado com painel azulejar. Em direcção à Herdade da Lagoa, encontramos a Igreja de S. Romão, integrada na paróquia de S. Cristovão por decreto eclesiástico de 1966. Já existia em 1534, mas a data em que foi fundada está ainda por determinar. A arquitectura da sua frontaria é rústica e harmoniza-se com os seus pitorescos alçados cobertos por telhado de duas águas.

Texto retirado de "A Minha Terra"

2006-10-18

Sou daqueles...

Sou daqueles que tive a oportunidade feita felicidade de ver estas "Mulheres de A a Z", que me deixaram deslumbrado, sem qualquer favor.

Não sou, reconheço, grande conhecedor da arte teatral na sua mais genuína expressão. Sou, no entanto, alguém que pretende reconhecer o valor de todos aqueles que, de forma corajosa, vestem a pele de actores e nos oferecem um excelente espectáculo. Foi o que aconteceu no Rádio Cine, com a particularidade de estarmos a falar de amigos e amadores, mas que só são amadores de estatuto, não de classe.
É naturalmente muito gratificante poder constatar esta forma muito séria e profissional de trabalhar, que permitiu à Theatron oferecer-nos mais uma peça de grande qualidade.

Como o comentário já vai longo, e provavelmente pretensioso, resta-me deixar os meus parabéns a todos(as) que produziram e realizaram estas "Mulheres de A a Z". Para lá do espectáculo em si, esperemos também que a mensagem tenha sido efectivamente captada.

Só para terminar, se não teve oportunidade de ver, após este belíssimo texto do João Luís tem fortes razões para não voltar a perder qualquer oportunidade.

Continuem a trabalhar assim!...

Nós aplaudimos, com todo o gosto!...


M. J. Roque

2006-10-15

Teatro de A a Z

Falar de teatro em Montemor é falar de muita gente. De talentos que foram construindo aos poucos, nesta vila/cidade, o gosto pela representação, a vontade de pôr em palco o querer e o ser dos homens. O quase meio século que de mim se apropria é-me vantajoso em questões de memória. É por isso que teatro é igual a Domingos dos Santos, a Vítor Guita e, mais recentemente, a Hugo Sovelas, que arrastaram consigo, nos seus sonhos e aventuras, os actores montemorenses de várias gerações. As memórias de outros amigos ajudaram-me a entender quem foram as caras que deram ao teatro de Montemor novas formas de representar. O Manuel Filipe Vieira, o Vítor, o Prof. Carlos Cebola e o Prof. Oleiro falam-me amiúde, com saudade e com um brilho nos olhos, dessa figura que, à James Dean, cedo subiu ao firmamento onde as estrelas todas se encontrarão um dia - o Prof. Balbino, um encenador de raro talento, de quem eu de certeza seria amigo. Uma enorme lista me ocorre ainda e, sabendo da impossibilidade de nomeá-los como merecem, recordo o Manuel Justino Ferreira, com quem tive oportunidade de trabalhar bem de perto, nas Serrações da Velha, nas Marchas e noutros acontecimentos de sabor popular.

Mas é sobre teatro que quero escrever. Sobre o teatro dos clássicos e dos modernos, de Almeida Garrett e de Carlos Cebola, de Alves Redol e de… Carla Rodrigues. Da Carla e de um elenco magnífico, fruto directo das várias escolas que muitos deles frequentaram – a escola Domingos dos Santos, a escola Vítor Guita (por onde passaram dezenas de alunos da Secundária) e a escola Hugo Sovelas. Não fora esta mistura de saberes, de influências e de instintos, estas passagens de testemunho, discretas, embora afirmativas, aproveitadas sabiamente por todos os seus elementos, e o Theatron não seria o que é hoje.

Reparem que, em matéria de teatro, Montemor nunca precisou de importar fosse o que fosse. Técnicos? O saudoso Laurentino Reis Júnior e os seus focos de luz artesanais (utilizava, segundo reza a lenda, funis de alumínio), deram lugar ao Carlos Olivença, um luminotécnico da era moderna, indispensável em qualquer produção artística. Actores? Nunca faltaram (com algumas excepções quando, lá nos anos 40 e 50, as meninas não eram autorizadas pelos pais a sair à noite para participarem nos ensaios na Pedrista e na Carlista). Encenadores? Já aqui foquei vários. Dramaturgos? Também. O flagrante caso de Carlos Cebola (a mítica Cigarra e a Formiga e João Cidade, já com duas versões escritas e representadas) e a surpresa mais recente, que me deixou verdadeiramente feliz – o caso da Carla Rodrigues, montemorense dos sete costados, que escreveu (e encenou) num estilo profundo, mas não intelectual, tragicómico e, por isso, eficaz, uma peça para pôr os homens a pensar. E muito.

Não. Não vou escrever sobre a peça. Não há texto, por muito entusiasta e fulgurante que queira ser, que substitua uma ida ao teatro. Segundo me parece, Mulheres de A a Z, a mais recente produção do Theatron, vai subir ao palco novamente. Amâncio Você, o gerente do bar onde também nós somos actores, e Amândio Fava, o solícito, mas machista e não-te-rales, empregado de mesa, estarão, mais uma vez, à espera da clientela. E estejam atentos à Zara Sampaio e à Helena Rocha, dois verdadeiros animais de palco que, de amadoras, nada têm. Aproveitem também para apreciar a maturidade vocal do João Macedo Jr. e concluir que, para se cantar bem, não são necessários grandes aparatos.

João Luis Nabo

Outros textos do mesmo autor
Uma bebedeira de Teatro

2006-10-08

"Mulheres de A a Z"

Estreia em 2006

Escrito e encenado por Carla Rodrigues.



“Mulheres de A a Z” é um alfabeto de sentimentos, emoções e desilusões que fazem parte do quotidiano de qualquer ser humano. São retratos de mulheres que vivem cada momento como se fosse o primeiro das suas vidas, sempre com Amor. É o contraste entre os dois sexos, é a luta pela igualdade e principalmente é a procura do lugar da mulher na Sociedade.


Encenação
Carla Rodrigues

Produção
Custódia Santos

Cenografia
Graça Pires
Mimi Santos
Sofia Sampaio

Desenhos de Luz e Som, Luminotécnica e Sonoplastia
Joaquim Gervásio
Carlos Olivença

Músiva ao vivo
João Macedo (Jr.) e Suzy

Elenco
Bia Estroia
Carla Rodrigues
Cristina Freitas
Elisa Malhão
Fátima Pasadas
Fátima Matias
Helena Rocha
Rosa Souto Armas
Sónia Setúbal
Zara Sampaio
Bernardino Samina
João Macedo

A peça que todos os homens, abrigatóriamente, terão de ver!

A mulheres, obviamente ... Agradecem!

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Teatro de A a Z

8º Encontro THEATRON_Arteviva com "Noites de lua Cheia"

Dia 05 de Outubro
"Noites de Lua Cheia"
Companhia de Teatro do Barreiro - ArteViva
Local: Cine-teatro Curvo Semedo
21:30h

A peça “Noites de Lua Cheia”, uma comédia de Fernando Gomes, com encenação de Jorge Cardoso.


Pedro Alves, português, modelo de honra e virtude e, acima de tudo, chefe de família! Ou: a queda do filho do Pedro Alves em tentação. Ou: a queda da sobrinha de Pedro Alves noutra tentação. Ou: a queda do próprio Pedro Alves!!?? – Uma comédia de um dos melhores humoristas portugueses.

8º Encontro THEATRON_Tertúlia

Dia 04 de Outubro
Tertúlia
Local: Sociedade Pedrista
21:30h

Foi sobre o manto do antigo Salão Nobre da Sociedade Pedrista, carregado de história e simbolismo, que decoreu a tertúlia "O Teatro e a Arte" desde 8º Encontro.

A moderadora, Helena Rocha, conduziu o debate introduzindo temas pertinentes, elevando o nível de argumentação dos convidados e presentes.

Estiveram presentes:
- Sofia Sampaio, Presidente da Theatron - Associação Cultural
- Antonio Danado, Vereador e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
- Rogério Pinto, Vereador da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
- Manuel Casa Branca, Artista Plástico e proprietário da Galeria de Arte 9ocre em Montemor-o-Novo
- Francisco, representante do grupo de Teatro Amador de S.Cristóvão

2006-09-30

8º Encontro THEATRON_"Lisístrata" - Blá, Blá, Blá

Começou ontem, 29 de Setembro, o nosso 8º Encontro com a peça "Lisístrata" - Blá, Blá, Blá pelo Teatro Jovem de Campo Maior.

Para acabar com a Guerra do Peloponeso, Lisístrata reúne, em Atenas, um plenário de mulheres que decidem fazer greve de sexo e ocupar a Acrópole, onde estava depositado o tesouro ateniense que sustentava o conflito. Um grupo de velhos tenta expulsar da Acrópole as mulheres em luta, enquanto que um comandante militar ensaia, em vão, a prisão de Lisístrata, protegida pelas restantes mulheres.
Do diálogo entre o comandante e Lisístrata ressaltam as razões femininas em nome das quais se diz que as mulheres são melhores que os homens para resolver conflitos contra o argumento masculino que afirma que o lugar das mulheres é dentro de casa.
Lisístrata confessa, as mais velhas, os difíceis esforços que tem de fazer para impedir que as mulheres entrincheiradas na acrópole escapem e confraternizem com o "inimigo". Num jogo permanente de sedução, de avanços e de recuos, a trama desfaz-se na vitória das mulheres, materializada num acordo de paz entre Atenas e Esparta. Lisístrata, mulher de Atenas, tinha também mobilizado para a greve de sexo as mulheres de Esparta...
Tudo isto num texto criado por um homem, Aristófanes, 400 anos antes de Cristo

Hoje, 30 de Setembro, a nosa "Boda" pelas 21:30h no Salão dos Bombeiros Voluntário de Montemor-o-Novo.

2006-09-29

Sorteio Feira da Luz 2006


O THEATRON, como sempre, esteve presente na "Feira da Luz 2006" em Montemor-o-Novo e, para dinamizar o stand, lançou o desafio aos seus visitantes para que escrevessem uma frase sugestiva sobre teatro em que as três melhores ganhariam um convite duplo para todos os espectáculos do 8º Encontro.
A participação excedeu as expectativas, o que dificultou, ainda mais, a escolha dos três vencedores. E as frases vencedoras foram…

“ Te Amo! Te Adoro! Te Atro!”
Filipe Rodrigues

“ Teatro, sorriso entre lágrimas”
Elisabete Filipe

“ Era impossível relembrar-mo-nos da vida se não houvesse o teatro como memória… memórias do teatro da vida
Nélia Estróia

Aos vencedores os nossos parabéns e… divirtam-se com as peças do Encontro.

2006-09-28

Arronches recebe a "Boda"


A "Boda" está em Arronches a 1 de Outubro, no Centro Cultural pelas 16.00h.

Oportunamente serão divulgados outros destinos da "Boda" e das "Mulheres de A a Z". Esta nova peça estreia a 7 de Outubro no Rádio Cine (Montemor-o-Novo), integrada no 8º Encontro THEATRON.

2006-09-27

Excertos da casa de Bernarda Alba (Peça de 2004)

Excertos da Casa de Bernarda Alba,
de Federico García Lorca



Podemos escapar do que nos constrange? O poder é mais forte que o desejo?
As ambivalências e as descontinuidades habitam A Casa de Bernarda Alba, peça maior do poeta e dramaturgo Garcia Lorca, assassinado durante a Guerra Civil Espanhola.
Como palco de todas as formas de opressão, A Casa exibe as filhas de Bernarda Alba submetidas ao regime ditatorial que é continuamente reproduzido nas relações interpessoais. O realismo do quotidiano desse drama de mulheres em vilarejos da Espanha conjuga-se com o surrealismo vindo dos absurdos que se revelam na constância da mão forte de Bernarda. A pressão pela continuidade de um mundo servil vê-se todo o tempo em crise diante das novas experiências e da inalienável presença do corpo.
A tragédia, pois, impera diante da imanência da certeza da ruína.
Para que a casa exista e perdure são preciosos os escombros, o trabalho da memória nos incidentes que se tornam irreversíveis. Sob um céu de chumbo e dentro de um verão interminável, as filhas de Bernarda iniciam-se na ciência da vera e fera existência.



“Uma tragédia severa e simples.”
Assim define Federico García Lorca a que das suas mais emblemáticas obras “A casa de Bernarda Alba”. Uma tragédia de mulheres acorrentadas a preconceitos e mitos que um convencionalismo social, tão cruel como vazio de valores, defende ferozmente – mesmo à custa do esmagamento da pessoa.
Ao longo da peça são vários os sentimentos que se cruzam num constante confronto entre a autoridade e a liberdade, num desesperado conflito entre a realidade e o desejo. Esta é uma peça onde se percebe o sopro fatalista que o poeta, um dos maiores nomes da literatura castelhana do séc. XX, foi buscar à Andaluzia da sua infância.

Anabela Ferreira,
encenadora



"Aparecem como árvores eternas na paisagem sufocante do Alentejo…"
Esta frase resume, para mim enquanto encenadora, como foi este processo de trabalho, longo e sujeito às intempéries da vida.
Um pouco intenso, quente, fervoroso, cheio de pequenas cumplicidades e arrufos que foram sendo trabalhados durante estes dois últimos meses até se conseguir apresentar ao público este drama típico das sociedades matriarcas, cridas sob o machismo da época.
Foi um desafio à persistência de qualquer um, no fim, ganhou a vontade de fazer teatro.
E, agora aqui, que ninguém nos ouve…estou contente, porque acima de tudo achei pessoas que não tiveram medo de apostar e acreditar em mim e se deram de corpo e alma a este trabalho.
Obrigada a estas 8 mulheres pelo resultado a que chegámos para vos apresentar.

Rosa Souto Armas,
(La Poncia)





A Peça



























Ficha Técnica